Um Tour nunca é chato eu costumo dizer, e esse foi mais um que não foi chato! Geraint Thomas chegou até Paris vestido de amarelo por 11 dias, duas vitórias consecutivas nos Alpes, nenhum dia demonstrando fraqueza e acima de tudo, oito longos anos no Team Sky construindo esse momento de glória.

Acredito até que a Sky não tenha levado em consideração a hipótese dele vencer o Tour, mas nitidamente (e a temporada dizia) Thomas estava bem o suficiente para trabalhar, ou, liderar. Sinceramente Chris Froome teve a humildade para admitir isso, e foi tudo muito bem orquestrado pela Sky – como de costume. Geraint Thomas não se escorou numa pseudo liderança, mas assumiu as rédeas de forma inteligente e deixando claro que estava em melhor forma em momentos decisivos da corrida.

Como disse no início, difícil ter um Tour chato. Mas é possível termos alguns anos mais agitados que outros. Boas surpresas nesses casos são sempre bem vindas, e então temos que destacar a camisa de motanha para Julien Alaphilippe, que corre com carisma e ousadia. Duas vitórias em etapa e estrategicamente muito bem armado pela Quick Step. Egan Bernal, outra surpresa, é um fenômeno que no auge dos seus 21 anos, comboiou Chris Froome e logo no seu primeiro Tour, logo na sua primeira volta de três semanas, é o último homem do camisa amarela da prova! Chapeau!

Tom Dumoulin é também daqueles caras que surpreendem, e ressurgem em minutos nos contra ataques. Dumoulin honrou o campeonato mundial de contra relógio, e é hoje um dos principais voltistas da atualidade. Mas, e quem é o primeiro¿ Eu diria que Chris Froome! Não é hora de debater isso, mas para o Tour de 2019, ele virá para o quinto título e já admitiu que o double é possível (Giro + Tour).

Falando de grandes feitos, e não necessariamente surpresas, Peter Sagan se iguala a lenda Erik Zabel com seis títulos da camisa verde! Sagan sentiu a queda na etapa 17 e nitidamente abortou os sprints que ainda restavam, inclusive o de Paris. Mas ano que vem deverá vir para a sétima verde! Pierre Latour conseguiu conciliar seu trabalho de gregário para Romain Bardet e o título da camisa branca. Teve o caminho facilitado pela queda de Egan Bernal e conseguiu abrir.

Mais um Tour, mais um ano! Infelizmente não tivemos mais um Tour do Gilbert, mas acho que ano que vem ele volta. Um destaque especial para a lenda Sylvain Chavanel que encerrou sua participação no Tour aos 39 anos! Lembro dos ataques, da camisa amarela assumida #nafuga em 2010, e sempre o modo agressivo de pedalar. Chavanel fez seu primeiro Tour aos 22 anos e 18 anos depois encerra sua carreira!

Vive le Tour!

#nafuga