Hoje vai ser difícil manter a isenção jornalística, e acho que nem devo. Digo sempre que no esporte, ou, na vida, precisamos ter referências e, porque não, ídolos que nos façam sonhar, admirar e acima de tudo vibrar. Philippe Gilbert venceu hoje uma corrida difícil e chega a uma espécie de apogeu no ciclismo.
Essa foi a quarta vitória em monumentos, (nome dado as 5 corridas com mais prestígio e história no ciclismo) e veio numa esplêndida Paris Roubaix e seus 257km. Como ele mesmo classificou o “sonho” que o motiva há dez anos, fez mudar características do seu estilo de pilotagem.
Quando comecei a acompanhar suas corridas em 2005, 2006, era nitidamente mais puncheur, explosivo. Alguns anos mais tarde ele se tornou um piloto com um timing e estilo muito próprios, o que contradisse alguns críticos que duvidavam inclusive do feito em Roubaix.
A trajetória nessa temporada de clássicas o colocou em cheque algumas vezes. O abandono em Dwars, depois em Flanders por problemas de estomago, e a ausência nas primeiras colocações preocuparam um pouco. Em compensação, demonstrava força para ajudar os companheiros a conquistarem as vitórias que vieram com Stybar, Jungels, Alaphilippe. Tudo isso porque o grande objetivo era mesmo Roubaix.
Gilbert aproveitou as oportunidades da corrida com o primeiro ataque de Nils Politt restando 67km para a meta. Depois disso esperou o outro grupo com Sagan, Sep, Aert e seu companheiro de equipe Yves Lampaert. Rodaram muito bem até se ver novamente com o alemão Politt restando 14km para a chegada. A partir daí era ter a paciência que o formou como o grande ciclista que é. Sinceramente, até pensei que poderia decidir antes, mas soube entender que o velódromo era sua chance. Em um sprint curto não deu chances para o rival e fez o sonho se tornar realidade vencendo Paris Roubaix.
Philippe Gilbert ainda sonha, e cada dia está mais próximo de vencer os cinco monumentos especificamente Milan San Remo. Seguimos vibrando com nossos ídolos, e sonhando nossos sonhos. Bravo, Phil!
#nafuga
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